O confisco que marcou uma geração: o que aprendemos com o Plano Collor

Em março de 1990, o Brasil viveu um dos episódios mais traumáticos da sua história econômica. Em nome do combate à hiperinflação, o recém-empossado governo Collor anunciou um plano radical: o bloqueio das contas correntes e das cadernetas de poupança de toda a população brasileira.

O que foi o Plano Collor?

O país enfrentava uma inflação fora de controle, ultrapassando 80% ao mês. Em uma tentativa desesperada de conter essa escalada, o governo lançou o Plano Collor. A solução? Tirar o dinheiro da população de circulação.

Cerca de US$ 80 bilhões foram congelados. Apenas 50 mil cruzeiros (o equivalente a aproximadamente R$ 6 mil em valores atuais) foram liberados por pessoa. O restante seria devolvido após 18 meses, sem correção adequada.

Na prática, esse dinheiro nunca voltou da mesma forma para boa parte da população.

O impacto foi devastador

  • Empresas quebraram por falta de capital de giro.
  • Pessoas ficaram sem dinheiro para necessidades básicas.
  • A confiança no sistema bancário desapareceu.
  • Milhares de idosos jamais recuperaram suas economias.

O resultado foi um colapso financeiro e psicológico para milhões de brasileiros, que tiveram que se virar do dia para a noite sem acesso ao próprio patrimônio.

O que aprendemos com tudo isso?

Esse episódio escancarou uma verdade incômoda: seu dinheiro no banco não está 100% seguro. Em tempos de crise, o Estado pode e costuma intervir. E quem paga a conta, no fim das contas, é sempre a população.

Por isso, algumas lições são atemporais:

  • Diversifique seus ativos
  • Tenha uma reserva fora do sistema bancário tradicional
  • Estude sobre ativos que não podem ser congelados, como ouro, criptoativos e bens reais

Conclusão

A história não apenas pode se repetir — ela costuma rimar. E a única defesa real que o cidadão tem é informação, preparo e autonomia sobre seu patrimônio.

Se você ainda acredita que “isso não acontece mais”, vale lembrar que em momentos de crise, a exceção vira regra.

Gostou desse conteúdo?
Inscreva-se na nossa newsletter e receba artigos como este diretamente no seu e-mail.

Veja também: